A «flapper» foi uma figura da moda dos anos 1920, que personificou o espírito alegre da década.
O que significa «flapper»?
Embora a verdadeira origem da palavra seja controversa, nos anos 1920 «flapper» passou a designar mulheres jovens que expressavam a sua liberdade através de um estilo moderno e arrojado.
A 30 de Novembro de 1927, um jornalista da revista britânica Punch escreveu:
«Flapper» é a palavra da moda na imprensa popular para uma mulher adulta trabalhadora, entre os vinte e um e os trinta anos, quando se trata de lhe conceder o voto nas mesmas condições que os homens da mesma idade.
As «flappers» personificavam o espírito alegre e proativo dos anos 1920, uma verdadeira década de revolução em muitos aspetos. Imediatamente após o fim da Primeira Guerra Mundial, o panorama social estava predisposto a mudanças, e as mulheres lutaram para não perder o papel ativo que tinham conquistado perante a sociedade durante os difíceis anos de guerra.
Os chamados «Loucos Anos Vinte» foram um período de progresso tecnológico, cultural e social, de novos rendimentos e de uma riqueza surpreendente. Todos estes fatores levaram as mulheres a vitórias duramente conquistadas, como o direito de voto, de frequentar a universidade, de trabalhar e de se sustentarem, caso o desejassem: um mundo novo repleto de oportunidades.
Estilo de vida tornou-se a palavra-chave que definiu o renovado interesse em participar na vida social agitada da cidade. A música desempenhou um papel central com o surgimento do jazz e do Charleston, e a abertura de clubes para beber e dançar impulsionaram o design de roupas e acessórios cada vez mais extravagantes.
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A numerosa clientela da moda “flapper”, frequentemente jovem, mostrava-se mais do que disposta a investir em trajes glamorosos, aproveitando a prosperidade económica do pós-guerra.
Um dos autores mais associados à descrição deste cenário é F Scott Fitzgerald, criador de romances intemporais como O Grande Gatsby e Este Lado do Paraíso, e do volume de contos Flappers e Filósofos. Todas estas obras apresentam personagens femininas que personificam a essência e o visual das «flappers».
Em que consistia a moda «flapper»?
As características fundamentais dos vestidos das «flappers» refletiam o seu estilo de vida dinâmico. Eram direitos, sem mangas e soltos, normalmente feitos com tecidos leves e arejados. Não tinham espartilho, baseando-se antes numa silhueta bastante simples: um retângulo de tecido que caía sobre um corpo esguio sem o apertar de alguma forma.
As possibilidades infinitas de adornos, que muitas vezes incluíam lantejoulas e missangas nos designs mais deslumbrantes, permitiram às mulheres explorar e expressar o seu estilo e identidade como nunca antes.
Devido à simplicidade do corte e da confeção, estas peças prestavam-se facilmente a serem feitas em casa. Muitas revistas propunham moldes para facilitar a reprodução do visual da moda.
Os vestidos também permitiram, que as mulheres mostrassem algumas partes do corpo pela primeira vez na história: conta-se que as «flappers» aplicavam blush nos joelhos para chamar atenção para as pernas, que agora ficavam à vista graças às saias mais curtas e à maior liberdade de movimento.
Para completar o visual, as «flappers» eram frequentemente vistas a exibir maquilhagem ousada e cabelo curto em «bobs» arrojados, protegidos por chapéus clochê durante o dia, decorados com enfeites e penas.
Quem foram os designers da moda «flapper»?
Quem vestia estas jovens deslumbrantes que dançavam freneticamente o charleston em noites intermináveis de festa?
O designer francês Jean Patou é considerado um dos primeiros a criar silhuetas «flapper» para serem usadas na Europa e, ainda mais importante, para exportação para os ricos Estados Unidos da América. Outros talentosos criadores também contribuíram para o sucesso da silhueta simplificada e da atitude «masculina» na moda, como a famosa Coco Chanel.
Para além de França e dos EUA, o estilo conquistou também o resto da Europa, com inúmeras casas de moda e boutiques a lançarem a sua interpretação do vestido «flapper» que eventualmente acabou por se tornar no símbolo de uma atitude global face aos tempos de mudança.
Até mesmo as icónicas casas de alta-costura como Charles F Worth e Paul Poiret exploraram o estilo “flapper”, tal como Madeleine Vionnet e Elsa Schiaparelli, que mais trade transformariam esta silhueta aparentemente simples nos glamorosos e sensuais vestidos em viés que acentuavam os corpos das femme fatales - as novas mulheres dos anos 1930.
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